Aos 82 anos, costureira faz 40 máscaras para a Campanha "Um ajudando o Outro"

Há 70 anos, fez seus primeiros moldes e costuras com apenas 12 anos de idade e, desde então, não parou. Aos 82 anos, ainda exerce a profissão que escolheu por paixão, “comecei a costurar cedo, porque gostava”. Raimunda Durans é um daqueles especiais exemplos de pessoas que, no seu anonimato, provam que atos de cidadania podem ser feitos por cada um, no seu próprio dia a dia, e são capazes de fazer muita diferença.

Foi a partir da iniciativa do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJMA), por meio do Núcleo de Gestão Socioambiental, na campanha de doação de máscaras, que Dona Diquinha – como é carinhosamente chamada – enxergou uma oportunidade de ajudar. A campanha tem o incentivo do presidente do TJMA, desembargador Lourival Serejo.

Ao saber da campanha – cujo propósito é arrecadar máscaras de tecido para crianças e mulheres da Casa da Criança Menino Jesus e Casa Abrigo do Poder Judiciário do Maranhão – Dona Diquinha, em poucos dias, confeccionou 40 máscaras para a doação, que serão entregues na próxima segunda-feira (12).

A ação denominada “Um cuidando do outro” pretende contemplar as crianças e mulheres abrigadas de ambas as instituições, com o uso de máscaras de tecido, em substituição às descartáveis, no período de 5 a 20 de outubro.

Para o desembargador Jorge Rachid, presidente do Núcleo de Gestão Socioambiental, a atitude de Dona Diquinha mostra a todos um exemplo de cidadania e caridade. “Pessoas assim merecem o nosso apreço. Essa iniciativa merece ser conhecida para mostrar a todos nós o que ela está fazendo e o que cada um pode fazer, quero que todos saibam”, afirmou com entusiasmo o desembargador.

Dona Diquinha explicou que quando tomou conhecimento da ação de arrecadação quis contribuir com o que sabia fazer de melhor, costurar. “Eu senti a vontade de ajudar essas crianças, porque é um dever de todos nós, principalmente nessa pandemia, que todo mundo está precisando de ajuda. Eu achei que fazer máscaras para essas crianças era uma maneira de ajudar e estou ajudando com todo carinho e com todo amor, do fundo do meu coração”, enfatizou.

Sobre sua trajetória de vida e profissão, Raimunda Durans conta que aos 12 anos começou os primeiros passos no aprendizado de costureira com uma tia, chamada Maria Franco. Nascida no Povoado da Forquilha, próximo à cidade de Pinheiro, Raimunda Duras é filha do comerciante Valdemiro Durans Cabral e da dona de casa Alzira Rosa Franco.

“Eu tinha 12 anos quando comecei e sempre tive o desejo de costurar. Costurei muito e ainda tenho vigor, ainda tenho vontade de costurar”, ressaltou Dona Diquinha, deixando um recado para outras costureiras: “Para as costureiras, digo que se disponham a ajudar essas crianças. Porque cada máscara que fizer vai ajudar uma criança a não pegar esse vírus tão terrível”.

Raimunda Franco Durans atualmente sente dores nas mãos, por conta dos 70 anos de exercício de sua tão honrada profissão. Desde o início da Pandemia da Covid-19, resolveu costurar máscaras. Ao todo já fez 600 máscaras de tecido, desde os primeiros dias de crise na saúde, quando ainda não haviam máscaras suficientes no mercado.

Ela é um exemplo de cidadania e dedicação à família: foi por meio da costura que educou suas duas filhas e com o dinheiro recebido, pagava suas escolas em São Luís, apesar de ter concluído até o segundo ano primário. “Eu não quis que elas ficassem como eu, sem estudar, fiz de tudo para que estudassem”, disse.

Orgulho de sua família, Raimunda Franco Durans é avó da servidora Danielle Rocha Limeira. Sobre sua atitude de doação ela conclui, dizendo: “A gente tem que ajudar com aquilo sabe e com aquilo que pode”.

COMO DOAR

As máscaras reutilizáveis – nos tamanhos adulto e infantil – poderão ser entregues em pontos de coleta localizados na sede do TJMA (Núcleo de Gestão Socioambiental) e nas recepções da Corregedoria Geral de Justiça (CGJ-MA) e Centro Administrativo (Rua do Egito), das 8h às 14h.


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