Deixai vir a mim, as criancinhas!

Por Josenilde Brasil

Em um mundo onde o mal impera quando boa parte das pessoas já não temem a Deus, e a família, nosso bem mais precioso é negligenciada, temos os seres mais puros, sinceros, alegres e encantadores para tornar a vida mais leve e feliz, nossas crianças, como também percebemos uma grande responsabilidade e urgência em relação à proteção delas.

Infelizmente, pelo que acompanhamos, é notório que nosso país não está cuidando adequadamente de nossas crianças visto que segundo dados do UNICEF e Fórum brasileiro de segurança Pública, nos últimos 5 anos, 35 mil crianças e adolescentes foram mortos de forma violenta no Brasil. Além disso, nos últimos 4 anos, 180 mil meninas e meninos sofreram violência sexual no País.

Entre 2016 e 2020, 35 mil crianças e adolescentes de 0 a 19 anos foram mortos de forma violenta no Brasil – uma média de 7 mil por ano. Além disso, de 2017 a 2020, 180 mil sofreram violência sexual – uma média de 45 mil por ano. É o que revela o Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil, lançado pelo UNICEF e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), com uma análise inédita dos boletins de ocorrência das 27 unidades da Federação.

A violência se dá de forma diferente de acordo com a idade da vítima. Crianças morrem, com frequência, em decorrência da violência doméstica, perpetrada por um agressor conhecido. O mesmo vale para a violência sexual contra elas, cometida dentro de casa, por pessoas próximas. Já os adolescentes morrem, majoritariamente, fora de casa, vítimas da violência armada urbana e do racismo.

Os dados são estarrecedores e demonstram o quanto nossas crianças que deveriam crescer de forma saudável e protegidas por uma família, muitas vezes são mortas violentamente, exploradas e violentadas por seus progenitores ou parentes próximos, vendidas ao trafico de drogas, aliciadas para fins de escravidão sexual ou mortas para transplante de órgãos. È muito aterrorizador perceber esse quadro monstruoso e a pergunta que ressoa em nossas mentes é: por que o inimigo de nossas almas sempre quis destruir as crianças?

A resposta não é muito difícil: os homens e mulheres são formados de crianças: já pensou se o Faraó tivesse aniquilado o pequenino Moisés, O povo de Israel não teria alcançado sua liberdade; já imaginou se Ana não tivesse orado e pedido Samuel, Israel não teria tido um sacerdote e juiz agradável a Deus; já imaginou se o pequeno Davi não tivesse se tornado o rapazinho forte e determinado, Israel teria sido destruído pelo gigante Golias e não teria tido um rei segundo o coração de Deus; já imaginou se Mardoqueu, tio de Ester, não tivesse cuidado da pequenina órfã, O povo de Deus teria sido exterminado pelo ímpio Hamã; já refletiu se Herodes tivesse conseguido seu intento de matar Jesus ainda em tenra idade, o mundo perderia a chance de se salvar. Percebeu: tudo está sob o controle de Deus, mas todas essas crianças, inclusive Jesus, tiveram pais que as protegeram e cuidaram da criação e educação delas.

É responsabilidade dos pais, da família, do estado, cuidar, zelar, proteger a integridade física, moral, psicológica, e espiritual das crianças. O estado deve investir em escolas infantis, creches e projetos que eduquem com qualidade. Aos pais compete à transmissão de valores aos pequenos, dá bons exemplos que falam mais que palavras, nunca deixá-las a sós usando celular (muitas são aliciadas por pedófilos e seqüestradores através da internet), instruí-las no caminho do Senhor: “Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” Provérbios 22:6

É nossa responsabilidade acompanhar o processo educativo de nossos filhos que começa no seio familiar e continua na escola: visitar a escola, conhecer e conversar com os professores, coordenadores e diretores, acompanhar tudo de perto, observar quem são os colegas e dá as orientações necessárias para um desenvolvimento saudável e promissor.

Devemos também orar, interceder por nossas crianças para que Deus as proteja do mal, dos “lobos” maus que são tantos. Sejamos intercessores pelas crianças de nossa cidade, do nosso estado e Brasil para que cresçam sem perder a inocência, sadias de corpo e mente, aproveitando essa fase tão especial e única, brincando, estudando, interagindo, sonhando.

Que nossas crianças possam crescer em estatura, graça e conhecimento como Jesus disse certa vez, quando os discípulos queriam impedi-las de vim até Ele: "Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas". Que sejamos como elas, inocentes, puras e capazes de esquecer, perdoar com facilidade. Que Deus as proteja e como autoridades sobre elas, cada pai e mãe possam exercer seu sacerdócio, sacrificando por elas e cuidando do bem-estar dessas preciosidades.

Feliz dia das crianças para quem tem uma criança dentro do coração e mente!