Roseana Sarney diz que saída do governo em abril ainda é uma “incógnita”

Durante ato de lançamento da construção do Corredor Metropolitano, governadora voltou a dar sinais de que pretende mesmo ficar no cargo até o fim

Gilberto Léda

A governadora Roseana Sarney (PMDB) reafirmou ontem, durante a cerimônia de assinatura da ordem de serviço para o início da obra de duplicação da MA-204 – obra que integra o Corredor Metropolitano de São Luís -, que ainda não tem decisão tomada sobre seu futuro político.

Oficialmente, a governadora tem até o dia 5 de abril para decidir se sai do cargo para disputar a eleição como candidata a senadora ou se fica até o final do mandato – passado esse prazo, mesmo com a renúncia ela estaria inelegível.

Apesar de faltar pouco mais de dez dias para o prazo fatal, a própria Roseana diz que a situação ainda é uma “incógnita” e que segue “pensando” sobre as possibilidades que o jogo sucessório lhe apresenta. Ela voltou a usar como justificativa para a indecisão o fato de que pretende entregar o governo com todas as suas principais obras concluídas – o mesmo argumento já havia sido usado há duas semana, em entrevista à Rádio Mirante AM.

“Isso é uma incógnita [sair ou não do governo para a disputa eleitoral]. Não tem definição, porque em política você tem de pensar um pouco mais. Eu estou pensando e estou vendo as minhas obras que estão aí e eu quero entregar minhas obras todas concluídas”, reiterou.

Segundo a governadora, as duas próximas semanas serão tempo de “pensar” sobre o assunto. “Esse período me impulsiona para pensar”, disse.

Impasse - A governadora Roseana Sarney tem dado a aliados sucessivas demonstrações de que pretende mesmo encerrar a carreira política como governadora do Maranhão. Depois da entrevista ao radialista Geraldo Castro, da Mirante AM, na qual evocou o desejo de “curtir a família” como principal sinal de que deve mesmo permanecer no cargo, ela foi procurada por diversas lideranças do seu grupo político. E a todos disse estar decidida a permanecer no cargo.

“Eu mesma, como mulher, como pessoa, estou com uma dúvida. Eu tenho minha família, que eu quero curtir. Eu sou avó, eu sou mãe. Mas eu tenho minhas outras filhas, que são minhas obras que estão terminando. E eu quero entregar ao povo essas minhas obras, para que vejam que eu fiz”, disse a governadora na entrevista do início do mês.

Além das declarações, um ato administrativo tem corroborado a tese de que ela permanece no mandato até o fim: até o dia 31 deste mês, Roseana pretende realizar uma reforma administrativa, já anunciada desde fevereiro, quando o secretário-chefe da Casa Civil, João Abreu, por determinação da governadora, expediu ofício a todos os secretários informando que eles deveriam formalizar que os cargos estavam todos, à disposição.

Sairão todos os secretários que disputarão eleições para a Assembleia Legislativa e para a Câmara dos Deputados. A intenção da governadora, segundo apurou O Estado, é substituir os titulares das pastas da Segurança Pública, Saúde, Infraestrutura, Educação, Gestão e Previdência, Fazenda e Articulação Política, já que seus titulares vão deixar os cargos para disputar mandato eletivo em outubro