O deputado federal Rubens Júnior (PT) admitiu a veracidade dos áudios divulgados pelo deputado Yglésio Moyses (PRTB), em que ele, o também deputado federal Márcio Jerry (PCdoB) e o secretário executivo do Ministério de Esporte, Diego Galdino, tratam da situação política de Colinas e sobre o imbróglio que diz respeito à vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) do Maranhão.

Rubens Júnior afirma que buscou conselhos do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, sobre a instabilidade política no estado, e que foi gravado ilegalmente por Marcus Brandão, quando revelou o teor da conversa com o ministro. 

Rubens afirma ter sido gravado ilegalmente

“O assunto que me traz nesta tribuna hoje é um péssimo precedente que acontece no estado do Maranhão. Há uma verdadeira onda de gravação ilegal, clandestina, destorcida e descontextualizada para, com fins políticos, atingir pessoas sérias. Diversos atores políticos do Maranhão foram gravados ilegalmente, e dentre estes atores estou eu, e por isso trago esta denúncia à Câmara dos Deputados”, disse.

Rubens Júnior afirmou ter conversado com Flávio Dino sobre a ação que tramita no STF sobre a escolha de membro do TCE-MA - no caso que tem o próprio ministro maranhense como relator -, mas disse que foi somente em busca de conselhos pessoais.

“O governador Carlos Brandão me chama para um diálogo, onde ele me diz: deputado Rubens Júnior, ajude a construir a paz do nosso grupo político. Construção da paz? Sempre vai contar com o meu apoio. O que ele queria? Que eu fizesse um diálogo com o ministro Flávio Dino, que foi meu orientador na graduação, foi meu padrinho de casamento e companheiro de partido durante muitos anos. E assim eu fui e dialoguei. Quando eu trago o retorno para o governador Brandão para ele e para o seu irmão, Marcus Brandão, pasmem os senhores, eu sou gravado ilegalmente”.

Rubens diz ter falado com Dino sobre caso do TCE-MA que está sob a relatoria do maranhense

“Eu não temo de forma alguma expor qual foi o teor do diálogo, e isso é o que me tranquiliza. Ao chegar ao ministro Flávio Dino e também ao desembargador federal Ney Bello, eu disse: estou vindo aqui numa missão de paz. Primeira resposta do ministro: Paz? Comigo não há guerra. Eu disse: Flávio, venho aqui em nome do governador Brandão para construir e retornar à pacificação do nosso grupo político. O que o ministro responde: Júnior, não estou mais na política, esse assunto tem de ser resolvido por vocês. Recomendo que procurem Márcio Jerry e Felipe Camarão. Desde quando assumi essa cadeira como ministro do STF tive de sair das conduções políticas. E eu perguntei: mas Flávio, e essa questão do TCE que tem um processo aqui? E a resposta dele foi: processo judicial se trata nos autos, nunca numa mesa de discussão política. E eu prossigo: Flávio o momento no Maranhão está conturbado, qual o conselho que você pode me dar? […] e ele responde: não para este caso, mas como regra da vida, é melhor buscar a paz do que a guerra”, completou.

“O diálogo existente foi tão somente este, do aconselhamento pessoal”, enfatizou.

Rubens Júnior chorou ao citar o pai, que é secretário de governo e disse que para manter a honra da família, pede a exoneração de Rubens Pereira. 

“Se ele [Marcus Brandão] faz isso hoje, sendo irmão do governador, imagina o que ele faria sendo pai do governador. Não me resta outro caminho senão a entrega do cargo e a indignação do injustiçado Trago a verdade dos diálogos, tanto com o ministro Flávio Dino, quanto com o desembargador Ney Bello, porque sei que não há nada de criminoso naqueles diálogos. E mais do que isso, se há crime, são nessas gravações ilegais e clandestinas. Eu advirto os senhores e senhoras do estado do Maranhão, cuidado que vocês podem ter sido gravados também. Se gravaram deputado federal, vice-líder do governo, vice-presidente do PT, filho do secretário Articulação Política do Maranhão, quem garante que os senhores e as senhoras também não estão gravados?”, enfatizou.

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