Como dizia o ourives da palavra, o príncipe dos poetas, Olavo Bilac: “(...) Invejo o ourives quando escrevo: /Imito o amor/ Com que ele, em ouro, o alto relevo/ Faz de uma flor.” É necessário ter cautela e sabedoria quando se vai articular palavras, pois elas têm um poder enorme de comunicar vida, de alavancar boas ações, sentimentos bons e positivos, mas também são letais para a alma quando são expressas no calor dos ressentimentos e sentimentos ruins.

Olavo numa metalinguagem dizia que assim como o ourives trabalha a pedra bruta, informe e a lapida de forma que a transforme numa obra de arte, admirada e desejada por muitos, assim também deveríamos ter atenção e selecionar com depuro, as palavras, visto que elas são importantíssimas para nossa sobrevivência.

Quero compartilhar uma história da Bíblia que ilustra muito bem o poder das palavras em nossas vidas, observem os dois versículos de Juízes 12: 5,6: “Porque tomaram os gileaditas aos efraimitas os vaus do Jordão; e sucedeu que, quando algum dos fugitivos de Efraim dizia: Deixai-me passar; então os gileaditas perguntavam: És tu efraimita? E dizendo ele: Não,
Então lhe diziam: Dize, pois, Chibolete; porém ele dizia:
Sibolete; porque não o podia pronunciar bem; então pegavam dele, e o degolavam nos vaus do Jordão; e caíram de Efraim naquele tempo quarenta e dois mil.

Pelos versículos dá pra perceber que o contexto era de guerra e os inimigos se infiltraram no meio do povo de Israel, então Jefté, o capitão do exército, usou a estratégia da palavra, já que ela é a maior identidade de um povo, e através disso descobriu quem eram os inimigos; quarenta e dois mil pereceram por conta da pronúncia errada de uma única palavra.

Assim, Podemos afirmar que se faz necessário pensá-las, repensá-las, depurá-las para que elas, as palavras, mais edifiquem do que destruam, mais alegrem do que entristeçam, mais abençõem do que amaldiçõem, mais produzam, gerem confiança, vida, do que matem. Cuidemos para que sejam como árvores frutíferas que permitam pessoas cansadas, descansarem e se alimentarem de seus deliciosos frutos.

Encerro citando um verso que consta no meu livro PENSAMENTOS EM POESIA:

“As palavras podem salvar, então fale as certas

As palavras podem matar, então cale as flechas

Elas podem ser amigas, então dêem as mãos

E fuja daquelas que podem machucar o coração.”

 

Josenilde Brasil




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