Os resultados das pesquisas do projeto “Forrageiras para o Semiárido – Pecuária Sustentável”, realizadas no Rio Grande do Norte e no Maranhão, foram apresentadas na quinta (27), durante Dia de Campo Virtual.

O projeto é uma iniciativa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Desde 2017, os técnicos avaliaram a adequação de plantas forrageiras às condições climáticas do semiárido para recomendação de fonte de alimento para os rebanhos bovinos.

Maranhão – A URT está localizada na fazenda Baixa das Coivaras, no município de Fortuna, a 450 km de São Luís. O solo é predominantemente arenoso e o período chuvoso ocorre entre os meses de dezembro e janeiro. A precipitação média anual é de aproximadamente 900 milímetros.

“A unidade utilizou um cardápio variado de forrageiras que servem tanto o tempo de chuva e quanto para o de seca. Hoje a área é uma vitrine para essa região do Maranhão, onde ocorrem as maiores estiagens. E ela já chegou a vários municípios, então o conhecimento está sendo repassado”, afirmou o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Maranhão (Faema), Raimundo Coelho.

No dia de campo virtual, o responsável técnico pela unidade de Fortuna, Franklin Andrade, mostrou os resultados das pesquisas. De todas as gramíneas anuais, o Sorgo BRS 658 apresentou melhor potencial de produção de forragem. “A variedade se destacou pela estabilidade e uniformidade. É um material rústico, tolerante à seca, resistente a ataques de praga e doenças com baixo custo de produção”.

Na avaliação dos capins, o Paiaguás se destacou no sistema solteiro e consorciado. De acordo com Franklin, a variedade mostrou elevada produção de biomassa, alta taxa de sobrevivência e boa cobertura de solo. “Para obter resultados semelhantes ou melhores, o produtor deve adquirir sementes de qualidade, fazer a devida correção e preparo do solo e o correto manejo cultural”.


Na avaliação das cactáceas, a palma miúda mostrou elevado potencial produtivo e respondeu positivamente a produção de massa verde e seca. “As palmas tiveram bom comportamento, apesar dos altos índices pluviométricos. Elas mantiveram desempenho de produtividade, mas foi necessário adotar medidas de controle contra doenças e pragas”, destacou o técnico.

Para o professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, José Antonio Cutrim, a diversidade de plantas forrageiras é fundamental para garantir a oferta de alimento e a produtividade do rebanho. “A formação de pastagem precisa de planejamento. O produtor tem que conhecer o tipo de solo, as condições edafoclimáticas, saber se a planta vai se adaptar ao clima”.

Segundo ele, o primeiro pastejo realizado na área deve ser feito justamente quando a planta não atinge o momento de sementeio. “Fazendo a combinação do momento correto de entrada e saída dos animais com as reposições nutricionais desse pasto ao logo do tempo conseguimos garantir produtividade da pastagem no período chuvoso e seco”, concluiu Cutrim.

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