Esperantinópolis: É essa a mudança no Centro do Coroatá?

Um leitor do blog, que preferiu não ser identificado, enviou a seguinte crítica sobre a situação da escola Sete de Setembro, que fica no povoado Centro do Coroatá, município de Esperantinópolis-MA. Confira:

"Os discursos de mudança defendidos pelo atual prefeito municipal Aluisinho Carneiro parece que foram apenas palavras jogadas ao vento. A Educação é uma das políticas públicas fundamentais para o desenvolvimento do país, mas nesse governo que propaga um tal “Desenvolvimento Para Todos” não se procura dar prioridade para ações concretas e eficazes que venham a melhorar a Educação no município de Esperantinópolis – MA. Relata-se o caso de extrema irresponsabilidade para com os alunos da Escola Municipal Sete de Setembro, localizada na comunidade Centro do Coroatá, neste referido município. É visível em menos de três meses de gestão administrativa, que entre os principais problemas apontados pelos pais e pelos próprios alunos da escola, a falta de professores qualificados, o não cumprimento da carga horária exigida pela LDB nº 9.394/96, o atraso na distribuição da merenda escolar, a falta de transporte escolar dos alunos das comunidades circunvizinhas (Lagoinha II, Macaúba, Militão e Centro do Simboca), a falta de profissionais para o funcionamento regular da escola, como agentes administrativos, de vigias, são os principais fatores que vêm prejudicando a garantia dos estudos no Centro do Coroatá.

A Escola Municipal Sete de Setembro, é uma instituição de ensino de referência na região, sendo uma das maiores do município, pois recebe alunos de outras localidades e oferta os cursos desde a Educação Infantil ao Ensino Fundamental. No entanto, a escola sofre com seu quadro de professores efetivos, pois a maioria foi transferida para escolas da cidade, sendo que agora possui apenas quatro professores concursados. Assim, é necessário que se contratam temporariamente professores para preencher o quadro docente.

Os casos relatados pelos pais de alunos chamam a atenção pela desorganização pedagógica e administrativa da referida escola. Na Educação Infantil que é a primeira etapa da Educação Básica e é a base do processo educativo, deve-se ter um cuidado mais que especial, por serem crianças pequenas que pela primeira vez entram na escola para receberem ensinamentos para a vida, cuidados e momentos lúdicos. No entanto, essa concepção de ensino não é compreendida pelos 3 (TRÊS!) diretores dessa escola, pois no início do ano letivo, em fevereiro, as crianças de 3 a 5 anos ficaram em uma única sala de aula, configurando assim uma superlotação com os três níveis juntos. Detalhe: essa turma possui três professoras formadas em Magistério.

Devido às reclamações feitas pelos alunos e pais junto à direção da escola, resolveram separar esses alunos: O prédio escolar conta com apenas quatro sala de aula e como as salas já estão ocupadas, os diretores resolveram colocar as crianças em dois depósitos pequenos, espaços esses inadequados para as crianças pequenas que precisam de um lugar propício para se movimentar. E mais, esses depósitos não possuem iluminação própria, ventilação adequada e o piso é úmido. Até parece que querem voltar ao tempo, “despejando” as crianças em depósitos (concepção inicial das creches e pré-escolas no período do Revolução Industrial). Vale destacar que essas decisões autoritárias já foram denunciadas no Ministério Público, esperando-se que sejam tomadas medidas para a solução desse problema.

Para uma escola não tão grande, que funciona em dois turnos (matutino e vespertino), os problemas são imensos. Além da Educação Infantil, outras turmas de alunos estão desprovidas de professores qualificados. Há professores com apenas curso de Magistério e até mesmo com apenas Ensino Médio. Nos dias atuais, em que se preza por uma educação de qualidade, com professores graduados, especialistas, mestres em educação, ainda se vê professores leigos em sala de aula.

Em relação ao turno da tarde, que atende aos alunos do 6º ao 9º ano do ensino fundamental, os problemas se repetem: Professores leigos sem Ensino Médio, apenas com curso de Magistério de 1ª a 4ª série. Nesse caso, a formação dos professores não condiz com suas atribuições no ensino fundamental maior, pois para ensinar alunos nessa modalidade é preciso ter uma formação específica, ou seja, há necessidade dos professores terem uma formação em cursos de licenciatura.

Para não contratar professores que não votaram no atual prefeito, os três diretores possuem um contrato extra, assim assumindo uma dupla função. É mole? Uma escola desse porte realmente precisa de três diretores? É uma necessidade extrema? Ou dois diretores já não dão conta de assumir suas funções e é preciso mais um? Ou é apenas para agradar os eleitores do prefeito? Mesmo com o desvio das funções dos diretores que devem zelar pelo funcionamento da escola e também estão em sala de aula, ainda faltam professores para preencher a carga horária e cumprir os 200 dias letivos. Desde que iniciaram as aulas os alunos assistem apenas dois ou três horários e logo depois são liberados para voltarem as suas casas, pois esse problema parece que não vai ser resolvido.

Espera-se que os órgãos competentes olhem para esta escola, que os alunos tenham seus direitos respeitados e garantidos, pois como já citado anteriormente, a educação é um direito fundamental para a vida e que a referida escola e seus responsáveis legais cumpram com suas funções, que além de educar deve ser abrir as portas para a comunidade, primando por uma gestão democrática e humana. No entanto, a escola está nos desmandos de uma única família, onde mais de 90% dos funcionários são da mesma e as demais famílias foram excluídas das oportunidades de emprego, pelo descumprimento de acordos e promessas. Para quem queria mudança, ela chegou rapidamente na Comunidade Centro do Coroatá."

Codinome: E. P. S.