O bilionário Donald Trump faz escola política no Brasil.

POR HENRIQUE MUNIZ

O Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald John Trump é um magnata dos negócios americanos, personalidade de TV e autor. Ele é o fundador da Trump Entertainment Resorts, que opera vários casinos e hotéis pelo mundo. Seu modo extravagante de vida e maneira de agir, sem rodeios, fez dele uma celebridade. O status foi aumentando também graças ao seu reality show exibido na NBC, “The Apprentice”. Seu patrimônio liquido é de 4,5 bilhões de dólares.

 Apesar de apresentarem visões diferentes sobre o mundo, os empresários milionários e apresentadores de TV João Doria e Roberto Justus, tem algo em comum com Trump, ambos já apresentaram o programa “O Aprendiz” onde proferiram a famosa frase “-Você está demitido”.

Com Doria há ainda mais aproximação de perfis, pois além da profissão e de terem sido eleitos no mesmo ano para seus primeiros cargos eletivos, Doria e Trump tem outras características em comum: durante suas campanhas, passaram a ideia do self-made man, que subiram na vida com o próprio esforço. Empresários bem-sucedidos, ganharam fama ao estrelar programa de televisão, e se lançaram na vida política reforçando que são gestores, e não políticos tradicionais, numa época de desilusão com a classe.

E as semelhanças não param por ai, eles ganharam as primárias de seus partidos contra a vontade das principais lideranças e, contrariando as expectativas iniciais, deixando para trás candidatos experientes.

Hoje, no entanto, Doria rechaça a comparação e diz que prefere ser visto como Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York. Em entrevista à Rede TV!, disse que não tem nenhuma identidade com o presidente eleito dos Estados Unidos, e rejeita comparações com o futuro presidente americano.

Doria se beneficiou com a Lei nº 13.165, de 29 de Setembro de 2015, conhecida como a Mini - Reforma Eleitoral, que determinou que o candidato pode usar recursos próprios; dos partidos políticos e de pessoas físicas em sua campanhas eleitorais e retirou o financiamento de empresas. Ele declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 179.765.700,69 e foi o maior doador de sua campanha com R$ 4.660.979,20, o que representa 36.94% da receita da sua campanha eleitoral. Reafirmou que não é politico, e sim empresário, que vai doar seu salário como prefeito e não quer reeleição. Por ter bom patrimônio, diz que não precisa se envolver com corrupção. Fala em gerir a capital paulista com mais eficiência, como uma empresa, revendo a aplicação dos recursos para a saúde e privatizando o Estádio Municipal do Pacaembu e o Autódromo de Interlagos, patrimônios da Prefeitura Municipal.

Após a vitória inesperada de Trump para governar a maior potência do mundo, onde concorreu pelo partido Republicano com a candidata Democrática Hillary Clinton, muitos internautas começaram a questionar a possibilidade de Roberto Justus ser, futuramente, um candidato à presidência da República do Brasil.

Para a imprensa brasileira Roberto Justus não negou a possibilidade de se apresentar como candidato: “Nunca direi nunca. Já recusei convites, mas não descarto a possibilidade. Há muito tempo até 2018”, finalizou.

Aqui no Maranhão a escola politica de Trump também teve efeito, apesar de não ser apresentador de TV, o empresário e milionário Rubens Sussumu Ogasawara, ou simplesmente Rubens Japonês, que é paranaense de Londrina e tem descendência japonesa, sempre foi um homem de grandes negócios. Atualmente planta soja, milho e algodão no município de Alto Parnaíba, no sul do Estado, onde se destacou como empresário agrícola e concorreu como candidato a prefeito, vencendo o pleito.

Rubens Japonês assim como Doria, se beneficiou com a Lei nº 13.165, e declarou à Justiça Eleitoral patrimônio de R$ 9.663.069,42, sendo o maior doador de sua campanha com R$ 86.560,86 que representa 94.75% da receita da sua campanha eleitoral.

E se Roberto Justus resolver entrar para a politica, percorrerá o caminho feito por Trump e Doria, podendo vir a ser o próximo Presidente da República Federativa do Brasil.

Não será a hora do Congresso Nacional votar a reforma política por completo?