MÁFIA DA TELEFONIA: POLÍCIA FEDERAL INICIA PRISÃO DE ADVOGADOS CORRUPTOS
Operação desarticula grupo de advogados que se apropriava de dinheiro de clientes
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público e a Polícia Federal desencadearam na manhã desta sexta-feira (21) a “Operação Carmelina” para desarticular uma organização criminosa formada principalmente por advogados e contadores. A polícia estima que mais de 30 mil pessoas tenham sido lesadas pelo grupo. A operação iniciada em Passo Fundo (RS) investiga casos muito semelhantes aos que ocorreram em Carolina, 860 km de São Luís (MA).
O advogado Maurício Dal Agnol é suspeito de liderar o grupo. Ele foi denunciado pelo Ministério Público e a denúncia foi aceita pela Justiça. O MP acusa o advogado de ter realizado 27 apropriações indébitas, que totalizam R$ 1,6 milhão. Um mandado de prisão preventiva foi expedido pela Justiça, mas ele ainda não foi localizado.
O patrimônio declarado do advogado teria sido apurado em R$ 100 milhões. Ele possui 974 imóveis somente em Passo Fundo.
O patrimônio declarado do advogado teria sido apurado em R$ 100 milhões. Ele possui 974 imóveis somente em Passo Fundo.
Segundo informações da PF e do Ministério Público, o esquema reunia uma equipe conceituada de advogados, com sede principal em Passo Fundo. O grupo buscava clientes e ajuizava ações contra uma empresa de telefonia. As ações eram julgadas procedentes, mas o valor recebido não era repassado aos clientes ou era pago em quantia muito menor do que a quantia correta.
Estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão em escritórios de advocacia e de contabilidade e em uma residência, nos municípios de Passo Fundo e Bento Gonçalves/RS, além do mandado de prisão preventiva. A operação foi chamada “Carmelina”, mesmo nome de uma senhora que foi lesada pelo grupo e morreu por causa de um câncer.
CAROLINA – O município de Carolina, com aproximadamente 24 mil habitantes, chegou a ter em andamento mais de 11 mil ações contra as operadoras de telefonia celular. Muitos advogados, inclusive o atual prefeito, Ubiratan Jucá (PMDB), tiveram milhares de clientes.
Os advogados chegaram a ter intermediários remunerados para conseguirem o maior número possível de clientes. A maior reclamação dos que se sentiram lesados se baseou na demora de obterem respostas de seus advogados. As ações eram julgadas sem a necessidade da presença dos usuários das operadoras.
O juiz conciliador nas ações contra as operadoras, Diego Miranda, foi declarado pelo Tribunal de Justiça do Maranhão como funcionário irregular do Fórum de Carolina.
A Polícia Federal não teria grandes dificuldades de prender a quadrilha que se instalou em Carolina para faturar milhões de reais com as ações contra as operadoras de telefonia celular.
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