Sobre o entrevistado, Adriano Sarney (PV), tenho a dizer pouco. Apareceu no cenário político num momento desconfortável com a nítida pretensão de disputar a prefeitura de Paço do Lumiar, após um desastrosa e conturbada gestão da ex-balaia, Bia Venãncio, que jurou amor eterno ao seu correligionário Jackson Lago, e logo após sua cassação pelo avô de Adriano, virou sarneísta de carteirinha.
Adriano Sarney, por bom senso acabou desistindo da disputa, nas redes sociais, recentemente publicou fotos suas sendo resgatado por um helicóptero do GTA, como sobrevivente de um acidente aéreo. Assim como as fotos, Adriano tem causado polemicas com seus argumentos nas redes sociais. Em recente conversa, tentei mostrá-lo que sua participação na campanha de “amar” o Maranhão pode “soar” pejorativa, uma vez que, amor é prática, diferentemente daquilo que sua família demostrou no decorrer de tanto tempo…
Eloquente, tem sempre respostas à altura, não é chegado a baixarias, responde sem grosserias, com educação. Recentemente desmentiu um assalto que a sua prima Rafaela, filha da governadora teria sofrido.
A galera dos blogues achou em Adriano uma “fonte” para saber dos assuntos relacionados à sua família. Já que Sarney, seu avô, sua tia, Roseana, seu pai, Sarney Filho, nunca podem nos atender, o Adriano sempre pode. Fiquem com “PÚLPITO LIVRE” entrevistando ADRIANO SARNEY
Adriano Sarney, representante da terceira geração da família Sarney no Maranhão
O jovem José Adriano Sarney é o representante da terceira geração da família Sarney. Formado em economia e administração, ele preside o diretório municipal do Partido Verde no Maranhão e pretende disputar uma vaga na Assembleia Legislativa nas próximas eleições.
Esta será a primeira disputa eleitoral do neto de Sarney, que nunca ocupou nenhum cargo político.
“Quero poder executar as minhas propostas e ideias e ajudar o meu Estado, para isso acredito que a melhor maneira é participando do processo democrático, colocando-me a disposição do povo do Maranhão para representá-lo na Assembleia Legislativa”.
HF – Quem é José Adriano Sarney? Conte um pouco sobre a sua trajetória.
Adriano Sarney – Nasci em São Luís do Maranhão, sou filho de um político e de uma antropóloga, ambos ambientalistas. Na minha infância, entre São Luís e Brasília (onde meu pai trabalha), convivi com pessoas das mais variadas classes sociais. Na Capital Federal o Niemeyer projetou as superquadras, onde eu vivi, pensando em um espaço para que as crianças, todas, independentemente de sua classe social, pudessem conviver brincando e aprendendo juntas. Em São Luis não foi diferente, a minha casa no Turu era cheia de gente o tempo todo para falar com meu pai, fiz muitos amigos com os quais convivo até os dias de hoje.
Estudei em uma escola bilíngue em Brasília o que me despertou para outras culturas e me levou a buscar uma formação acadêmica em universidades fora do Brasil. Morei na França onde cursei administração e economia, presenciei a introdução da moeda única europeia, o Euro, e tive a honra de estudar na Sorbonne, faculdade pública e símbolo do país. Fiz também um ano de pós-graduação em gestão em Harvard, nos Estados Unidos. O crescimento intelectual e a visão humanista que adquiri na Europa se juntaram ao pragmatismo americano – um equilíbrio necessário. De volta ao Brasil, fui trabalhar em um Banco em São Paulo. Contudo, o meu lado idealista e humanista, me levou a optar também pela luta política no Maranhão, afinal, sempre tive como a minha maior motivação o retorno ao meu Estado, às minhas origens, e a chance de poder ajudar e fazer a diferença na vida das pessoas.
HF – Você é empresário e tem formação em economia. Por que você pretende entrar para a vida política?
Adriano Sarney – Vale destacar que além da minha formação em economia tenho formação em administração com pós-graduação em gestão. Minhas atividades privadas, como investidor e empreendedor são o meu sustento, já na política busco exercer os meus ideais. Acredito que a melhor maneira de desenvolvermos o nosso Estado é investindo tempo, recursos, capital humano e intelectual na consolidação das cadeias produtivas de atividades nas quais temos aptidão econômica e viabilidade financeira. Fomentar a iniciativa privada é a fórmula para um desenvolvimento sustentável com inclusão social e, principalmente, para a redução da dependência da máquina pública.
HF – Você vai disputar uma vaga de deputado estadual. Por que você deseja ser deputado?
Adriano Sarney – Minha força é a minha capacidade de trabalho, estudei e me preparei para realizar, da melhor maneira possível, um sonho. Quero poder executar as minhas propostas e ideias e ajudar o meu Estado, para isso acredito que a melhor maneira é participando do processo democrático, colocando-me a disposição do povo do Maranhão para representá-lo na Assembleia Legislativa.
“Somos o segundo maior partido do Estado (PV), menor apenas que o PMDB que é o partido da governadora”.
HF – Qual a avaliação que você faz do Partido Verde no Maranhão?
Adriano Sarney – Muito positiva, somos o segundo maior partido do Estado, menor apenas que o PMDB que é o partido da governadora. O PV, com os seus ideais e a liderança do Deputado Sarney Filho, conseguiu se consolidar no Maranhão como um grande e respeitado Partido. Continuamos trabalhando no sentido de manter nossas principais lideranças e também de ampliá-las com ações como, por exemplo, a estruturação do PV Jovem e do PV Mulher, que se constituem em diretrizes da executiva nacional.
HF – E a nível nacional, depois da saída de Marina Silva?
Adriano Sarney – O PV tem seu brilho próprio, levantamos importantes bandeiras e temos uma postura independente. É muito provável que lancemos um candidato para a Presidência da República.
HF – Como você analisa a conjuntura política nacional referente às eleições presidenciais?
Adriano Sarney – Acredito que mesmo com todo o desgaste do PT na mídia nacional e dos problemas na economia a Dilma vai ganhar as eleições, pois tem importantes aliados e adversários não consolidados.
“[Ser membro da família Sarney] significa uma grande responsabilidade e ao mesmo tempo um desafio”.
HF – Você carrega em seu DNA um dos sobrenomes mais controversos da política brasileira: “Sarney”. O que isso significa para você?
Adriano Sarney – Significa uma grande responsabilidade e ao mesmo tempo um desafio. Quebrar a barreira do preconceito e firmar uma identidade própria é tarefa difícil. Mas, o combate é o que nos move. A minha bagagem, cultural e acadêmica, é o que tenho de mais importante para disponibilizar àqueles que me veem como opção política para representá-los.
HF – Qual a avaliação que você faz sobre o governo Roseana Sarney, após a onda de ataques que vitimou a menina Ana Clara e colocou o Maranhão no noticiário nacional e internacional?
Adriano Sarney – Fiquei muito chocado com a morte da menina Ana Clara. Os problemas enfrentados pelo Maranhão não são inerentes apenas ao nosso Estado, são problemas também de âmbito Nacional. Todos tem a sua responsabilidade, os Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário, assim como o Ministério Público. Temos presos hoje que cumprem pena sem terem sido condenados ou aqueles que já cumpriram as suas penas e ainda estão presos, e essa realidade não ocorre só aqui.
Temos que levar em consideração que o nosso Código Penal ainda é de 1940, um grande absurdo e comprova que o Poder Legislativo também tem que fazer a sua parte. Por sua vez, o Governo Federal precisa implementar políticas públicas eficazes no combate ao tráfico de drogas que hoje é um problema de saúde pública e que afeta diretamente a segurança de todo o território nacional. Então, vejo que não há só um responsável por essa situação, faz-se necessário a mobilização e uma força tarefa a nível nacional para mudar a realidade do nosso País. Achar que o problema é apenas do Maranhão é um grande equívoco.
HF – Qual sua visão sobre o pedido de impeachment, por duas vezes barrado na Assembleia pelos aliados da governadora?
Adriano Sarney – Esse pedido de impeachment dos advogados paulistas foi uma manobra da oposição para gerar notícia. O que me causa surpresa é que esses advogados não moram aqui, não trabalham aqui e muito menos votam aqui, mas acham que podem interferir no nosso Estado. Eu amo o Maranhão e defenderei o meu Estado sempre, diferentemente dos que preferem chamar aqueles que defendem o Maranhão de “nazistas”, o que eu acho um desrespeito. Mas, vivemos em um Estado democrático onde todas as opiniões, ainda que esdrúxulas, podem ser expressas nos meios de comunicação.
HF – Qual sua visão sobre a candidatura ao governo estadual do secretário de infra-estrutura, Luís Fernando?
Adriano Sarney – O Luís Fernando é um gestor com reconhecida competência e experiência administrativa. Indiscutivelmente, ele é o candidato mais preparado. Na grande Ilha já está tecnicamente empatado com os outros candidatos. A tendência é crescer ainda mais devido a influência de seu excelente trabalho no município de São Jose de Ribamar. Na região Tocantina, área de grande resistência oposicionista, o Luís Fernando está crescendo e tem como forte aliado o Prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, que é uma grande liderança na região. Em alguns municípios ele já lidera nas pesquisas mesmo nunca tendo disputado eleições para o Governo. Acredito em seu nome e na sua capacidade de administração.
“Considero a candidatura de Flávio Dino legítima e necessária para o fortalecimento da nossa democracia. Daí a acreditar que isso possa vir a representar em um bom administrador, vai uma grande distância. [Flávio Dino] aposta na lógica do quanto pior, melhor – a meu ver, a pior forma de se fazer oposição.”.
HF – Qual sua análise sobre o campo de oposição no Maranhão. Como você enxerga a candidatura de Flávio Dino ao governo estadual?
Adriano Sarney – Considero a candidatura de Flávio Dino legítima e necessária para o fortalecimento da nossa democracia. Como ex-juiz e advogado foi um bom legislador quando exerceu o cargo de Deputado Federal. Daí a acreditar que isso possa vir a representar em um bom administrador, vai uma grande distância. Entendo que o Maranhão precisa de propostas concretas para seu desenvolvimento e crescimento econômico. Não vejo qualquer dessas propostas no discurso que vem sendo sustentado por ele, a não ser uma vaga e surrada versão de que ele aí está para “derrotar a oligarquia.” A alternância do poder por si só não traz respostas para tudo e para todos, a política hoje se faz com propostas e o povo quer resultados. Ele esquece que se elegeu Deputado Federal com o apoio do Palácio dos Leões no período de seu aliado Governador José Reinaldo. Também aposta na lógica do quanto pior melhor – a meu ver, a pior forma de se fazer oposição. Seu partido, o PCdoB, tradicionalmente se situa no campo da oposição, porém com uma postura ideológica bem definida, o que está sendo descaracterizado pelas alianças políticas que o Flávio Dino tem feito e o incentivo a novas e estranhas filiações, demonstrando que o dito pragmatismo político supera o seu discurso de mudança.
HF – E sobre a Prefeitura de São Luís? Qual a avaliação que você faz do primeiro ano de gestão do prefeito Edivaldo Holanda Júnior?
Adriano Sarney – Entendo as dificuldades do prefeito para administrar a cidade com todos os problemas acumulados ao longo dos anos. De qualquer forma durante as eleições ele e seus aliados venderam a mudança como uma fórmula mágica para solucionar os problemas da nossa capital. O risco é que a população se sinta enganada.
HF – Qual a mensagem que você deixa aos leitores do
Blog do Hugo Freitas?
Adriano Sarney – Sou um leitor assíduo da blogosfera maranhense e do seu Blog. Acredito nas novas mídias e principalmente na internet. Portanto, chamo a atenção do leitor para uma questão muito importante e que aprendi ainda cedo: leitura crítica sempre. É útil conhecer os fatos e analisar as circunstâncias. A leitura crítica estimula o debate e combate a parcialidade, o preconceito e o pensamento único.