Internado desde 27 de novembro, cantor e compositor Reginaldo Rossi faleceu em decorrência de complicações de um câncer no pulmão.


Morreu ontem o cantor Reginaldo Rossi, aos 69 anos. No dia 27 de novembro, ele foi internado no Hospital Memorial São José, no Recife, com dores no peito, mas logo os médicos descartaram a hipótese de infarto. Na quarta-feira, 4 de dezembro, foi submetido a uma cirurgia para retirada de um nódulo da axila direita e os exames confirmaram o diagnóstico de câncer. Dias depois, no domingo, 8, ele voltou a ser internado na UTI e na última quinta-feira teve piora em seu estado clínico.
O velório foi realizado ontem no plenário da Assembleia Legislativa de Pernambuco. O enterro acontece hoje, às 20 horas, no cemitério Morada da Paz, também no Recife.
O autointitulado — e reconhecido por muitos como tal — Rei do Brega era, em 1964, quando iniciou a carreira, um garoto que como muitos outros amava os Beatles e imitava Roberto Carlos. Ele seguia o estilo do Rei da Jovem Guarda nos shows que fazia nos bares e clubes de sua Recife natal, ao lado do conjunto Silver Jets. Nessa linha, gravou seu primeiro disco, O Pão, em 1966. Na década de 1970, como muitos de seus colegas, foi direcionando o repertório para canções mais românticas, se estabelecendo como um dos nomes mais populares do brega no Norte e Nordeste do Brasil.
“Garçon”
No eixo Rio-São Paulo, Rossi se manteve um nome pouco conhecido até o estouro, nos anos 1990, de sua “Garçon”, dentro de um movimento de revalorização do brega. Chegou a ganhar um CD-tributo em 1999, REIginaldo Rossi que tinha desde as bandas do mangue beat — que representavam a vanguarda do pop no país na época — e outras da mesma geração, como Planet Hemp, até nomes já consagrados, como Zé Ramalho e Erasmo Carlos. Foi nessa época que ele se popularizou nacionalmente como Rei do Brega. O álbum vendeu um milhão de cópias.
“Quem é o rei do brega no Brasil? Eu, claro. Eu canto para garotos do high society e para os pobres”, resumiu Rossi na época do lançamento de REIginaldo Rossi.
Rossi acreditava que o segredo de seu sucesso — e do brega, de uma forma geral — era a simplicidade. Ele defendia que o canto sincopado, com quebras de ritmo, afastava o ouvinte, assim como letras muito complexas: “O brega é a linguagem do povo. Não tem essa de ‘data vênia’, ‘metamorfose do meu ego’, ‘infra-estrutura do meu ser’ e coisa e tal”, disse em 1998.
Seus discos tinham periodicidade irregular, sobretudo a partir dos anos 1990. Em 1998, reuniu os sucessos da carreira no CD ReginaldoRossi ao Vivo — músicas como “A Raposa e as Uvas”, “Dia do Corno” e “Mon Amour, Meu Bem, Ma Femme”. Faria outros registros ao vivo, como o DVD lançado em 2006, novamente com seus hits. Recebeu, ao longo da carreira, 14 discos de ouro, dois de platina, um de platina duplo e um de diamante.
Em 2010, lançou seu último trabalho, Cabaret do Rossi, nos quais imprimiu seu estilo sobre clássicos românticos de outros intérpretes, como Elymar Santos (“Taras & Manias”), Marisa Monte (”Amor I Love You”) e Vinicius Cantuária (”Só Você”). Suas últimas apresentações foram realizadas nos dias 21 e 22 de novembro no Manhattan Café Teatro, em Recife.
Reginaldo Rossi deixa esposa e dois filhos. 

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