CARACAS - O líder opositor venezuelano Juan Guaidó declarou-se nesta quarta-feira, presidente interino da Venezuela durante as manifestações pela renúncia do presidente Nicolás Maduro em Caracas. Minutos após o anúncio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu Guaidó como presidente de facto do país e convocou líderes latino-americanos a fazerem o mesmo.
"Usaremos todo o poder econômico e diplomático dos Estados Unidos para restaurar a democracia na Venezuela", disse Trump em nota.
Os Estados Unidos impuseram sanções econômicas à Venezuela em 2017, que dificultaram as fontes de financiamento do regime chavista. Com isso, o governo e empresas estatais deram calote em títulos da dívida e tiveram de procurar outras formas de recurso, principalmente na exportação de ouro. Essas punições também afetaram a produção de petróleo venezuelana indiretamente, porque o governo tem tido dificuldades para honrar seguros e compromissos com fornecedores.
Presidente da Assembleia Nacional, Guaidó tinha chegado a sinalizar que pretendia declarar-se líder do país após a a Assembleia considerar Maduro "usurpador", mas vinha evitando fazer isso abertamente.
Em protestos que antecederam a marcha, uma pessoa morreu quando uma estátua do presidente Hugo Chávez foi queimada. Outras três pessoas morreram em saques no Estado de Bolívar.
Os principais atos ocorrem nas cidades de Caracas, Maracaibo, San Cristóbal, Barquisimeto, Mérida e Valência. O governo convocou chavistas para demonstrar apoio a Maduro, mas estes se reúnem em menor número.
Guaidó assumiu o comando da Assembleia Nacional, controlada pela oposição, mas sem poderes legislativos desde 2016, no começo de janeiro e impulsionou os esforços contra o chavismo dentro e fora da Venezuela.
O Estado de S.Paulo