G1-MA
O número de casos de feminicídio deste ano superou todo o ano passado, no Maranhão. Segundo a polícia, já foram confirmados 30 casos de feminicídio em 2017, sendo 7 especificamente na região metropolitana de São Luís. O número já é maior que o registrado em 2016, quando foram confirmados 26 casos.
De acordo com a delegada Viviane Azambuja, chefe do Departamento de Feminicídio do Maranhão, casos em que o homem se sente dono da mulher é frequente em feminicídios. "A mulher vista como objeto, como propriedade... quando ela não pode falar com ninguém, não pode falar com ninguém... É nesse sentido que se dá a maioria dos casos de feminicídio", declarou a delegada.
O atlas da violência, do Instituto de Pesquisas Econômicas e Aplicadas(IPEA), aponta o Maranhão como o Estado onde mais morrem mulheres assassinadas no Brasil. O atlas também informa que, no território maranhense, o crime mais cresceu entre 2005 e 2015. O aumento foi de 130%. Para a delegada Viviane, qualquer tipo de supressão de direitos já deve motivar a mulher a denunciar. "Quando sofrer uma humilhação, uma opressão, ou quando esse companheiro estiver querendo limitar até o direito de ir e vir, a mulher já tem motivo suficiente para procurar a delegacia da mulher, relatar o que está acontecendo e pedir ajuda", destacou.
Recentemente, alguns casos chamaram a atenção pela crueldade. Rosângela de Jesus Gonçalves, 43 anos, saiu de casa no domingo(5) e foi encontrada morta dois dias depois. O corpo estava nu, com sinais de estrangulamento, debaixo de um monte de areia em um depósito de material de construção na Vila Riod.
Segundo a polícia, o principal suspeito é um homem com quem ela vinha mantendo uma relação afetiva há alguns dias. Ele chegou a ser detido, mas o pedido de prisão temporária foi negado pela Justiça. A mãe de Rosângela, Lucinéia Gonçalves, disse que ela tinha voltado pra casa antes de desaparecer. "Ela veio com um rapaz. Ele disse que não queria dormir com ela, mas ela insistiu. Eu disse para ela não sair, mas ela saiu e eu não vi mais ela", declarou Lucinéia.
Na semana passada, a menina Alanna Ludmila, de 10 anos, foi estuprada e assassinada no bairro Maiobão. O ex-padrastro dela, Robert Serejo, foi preso enquanto tentava fugir de São luís. À polícia, Robert confessou o crime.